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Na década de 90
tem crescido o número de cursos de graduação em Moda, dentro de suas diversas
modalidades e habilitações. Inexistentes até os anos 90, as faculdades de Moda
proliferam em diversos estados: São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e
Paraná.
Outra tendência
que se verifica nesse final de década é o grande incremento na procura por
cursos de pós-graduação. Nessa era de competição extremada, apenas um curso de
graduação já não garante a boa colocação profissional, como no passado. Domínio
de inglês e de informática já são pré-requisitos fundamentais para as
profissões mais técnicas. Agora, o conhecimento de espanhol começa a ser pedido
- e a pós-graduação parece que irá ocupar o lugar de um simples curso de graduação
na exigência das empresas quanto a candidatos a um cargo.
O curso de
pós-graduação lato sensu, em seu
formato tradicional, deve ter 360 horas-aula e um projeto de conclusão de
curso. Têm surgido no mercado, no entanto, cursos de duração menor - de 3 a 6
meses, com 180 horas ou menos - com o título de pós-graduação executivo e
objetivo essencialmente profissionalizante.
Nesse contexto,
é natural que se venha a ofertar um curso de pós-graduação na área de Moda,
pois esta já vem se consolidando como área de atuação profissional. Esse curso
pode ter tanto o formato de pós-graduação lato
sensu tradicional, como o de pós-graduação executivo.
A questão que se
coloca, nesse momento, é:
Quais devem ser as
características de um Curso de Pós-Graduação em Moda lato sensu, em termos de
forma e conteúdo?
· Avaliar e selecionar as características que devem fazer parte de um curso de pós-graduação lato sensu em moda
· Delimitar quais as áreas de concentração de maior interesse
· Verificar a predisposição dos candidatos em freqüentar um curso de pós graduação
· Apontar a formatação do curso, em especial quanto à sua duração - mais curta ou tradicional
Como a pesquisa
pretende avaliar e selecionar cursos de ação, ela pode ser classificada como conclusiva. Considerando os
relacionamentos entre as variáveis selecionadas, a pesquisa é descritiva pois
não estabelece relações causais entre elas, apenas apresenta as características
dessas variáveis.
Formada por
alunos do Curso Superior de Moda da Universidade Anhembi Morumbi, num total de
350 alunos (dados obtidos dos registros de matrícula de x1).
Partindo do
tamanho de população finita de 350, e considerando um erro de 10%, obtém-se uma
amostra com 66 elementos, em um intervalo de confiança de 95%.
O procedimento
utilizado foi o de amostragem não probabilística, por conveniência, justificado
pelos fatores de minimização de custo e de pouco tempo disponível para a
aplicação dos questionários.
Instrumento: estruturado, não disfarçado, com predomínio de
questões fechadas e de auto-preenchimento.
Forma de contato: pessoal.
Período: novembro de x1, durante uma manhã na semana de
provas, quando se tem um alto nível de presença de alunos.
Planejamento da coleta de dados: Os questionários foram
distribuídos nas salas de aula para serem preenchidos e recolhidos
imediatamente. O pesquisador esteve presente para solucionar eventuais dúvidas
de preenchimento.
Alunos de 3o
e 4o ano do Curso Superior de Moda da Universidade Anhembi
Morumbi. Foram descartados os alunos de 1º e 2º anos pois a pesquisa se refere
a uma situação ainda muito distante de seu estágio atual na graduação.
Tratamento estatístico pelos
softwares SPSS for Windows e MS Excel 7.0.
O objetivo da
pesquisa é avaliar e selecionar as características que devem fazer parte de um
curso de pós-graduação lato sensu em moda, verificando o interesse
pela criação do curso, delimitando as áreas de concentração de maior interesse
e a formatação esperada.
O trabalho foi
realizado junto aos alunos do curso de graduação em Moda da Faculdade Anhembi
Morumbi.
Os resultados
obtidos procuram descrever o perfil da amostra segundo suas características
demográficas e a situação dos alunos em relação a trabalho, origem da escola em
que estudaram e especialidade (modalidade) escolhida na graduação em Moda. As
características encontradas foram relacionadas com o nível de interesse dos
alunos em relação à existência de um curso de pós-graduação e a expectativa
deles sobre o formato e conteúdo desse curso.
A partir da
análise das características demográficas da amostra e o cruzamento entre as
variáveis, conclui-se que o perfil típico levantado é o de um aluno com 20
anos de idade, que trabalha na área de Moda, pertence à classe A e optou pela
especialização de Gerência de Produto.
Os respondentes
mostraram grande interesse por um curso de pós-graduação em Moda, ao lado de
outros tipos de cursos. Esse curso deverá ser voltado para os alunos ligados às
áreas de Coordenação de Moda e Gerência de Produto, e que já trabalham em Moda.
Nas
características de conteúdo, as áreas mais escolhidas são intimamente
relacionadas, compondo o segmento dos Negócios em Moda. A estrutura curricular
de um futuro curso de pós em Moda deve contemplar esse resultado, privilegiando
as áreas mais citadas de Comportamento do Consumidor, Planejamento de Coleção,
Varejo e Vendas.
Quando se coteja
o perfil da amostra pesquisada, sua situação e pretensões profissionais com
suas preferências pelo conteúdo do curso, verifica-se uma forte tendência para
o que pode ser chamado de Negócios da Moda, em oposição a Criação em Moda. As
quatro áreas mais votadas formam um ciclo completo de negócio: o conhecimento
das características de comportamento do consumidor, a transformação dessas
informações, aliadas àquelas de tendência de Moda em um projeto de produto, por
meio do planejamento de coleções, a distribuição e venda desse produto às lojas
e sua exposição e comercialização ao consumidor final através dos estabelecimentos
varejistas. Esse enfoque - Negócios da Moda - deve, então, ser o principal do
curso.
Quanto ao seu
formato, não há porquê se optar por um curso de curta duração, já que esse não
é o modelo preferido pelos candidatos em potencial.
A pesquisa
aponta em quais direções deve-se seguir para a confecção de um curso de
pós-graduação lato sensu em Moda e
mostra que entre os alunos de graduação da Anhembi Morumbi há grande interesse
na sua criação. Mesmo assim, ela não é condição suficiente para se decidir se
esse curso será bem aceito ou não pelo mercado. O grande mérito do trabalho foi
delimitar o conteúdo e formato do curso, porém ele tem a limitação de não
captar a opinião de todos os potenciais alunos de um curso desse tipo.
Desse modo, a
recomendação que deve ser feita segue no sentido de levar ao profissional
graduado e inserido no mercado um modelo de semelhante de pesquisa, procurando
captar suas necessidades e sua predisposição em fazer o curso. Essa segunda
etapa, que na verdade é uma segunda pesquisa, será de grande utilidade para as
universidades na sua tomada de decisão, minimizando os riscos de oferecer um
curso sem demanda no mercado.
Os resultados
obtidos a partir da aplicação dos questionários procuram descrever o perfil da
amostra realizada, segundo suas características demográficas e a situação dos
alunos em relação a trabalho, origem da escola em que estudaram e especialidade
(modalidade) escolhida na graduação em Moda. As características encontradas
foram relacionadas com o nível de interesse dos alunos em relação à existência
de um curso de pós-graduação e a expectativa deles sobre o formato e conteúdo
desse curso. Não foram consideradas para tabulação e análise as perguntas
iniciais do questionário, que tinham apenas o objetivo de aquecimento.
De modo geral,
verifica-se que os alunos de graduação têm grande interesse em realizar outros
cursos além da graduação em Moda, incluindo entre eles a pós-graduação em Moda.
Essa constatação se fortalece em relação ao formato da pós, tendo em vista que
mais de 90% dos respondentes pretendem continuar estudando imediatamente após
a graduação ou depois de um ano de seu término. Ainda em relação à forma
preferida, a escolha foi por um curso de pós-graduação no modelo tradicional
com duração de 1 ano a 1,5 ano.
Os resultados de
conteúdo mostram que o maior interesse dos alunos é no segmento dos negócios
em Moda, privilegiando as áreas de Comportamento do Consumidor, Planejamento de
Coleção, Varejo e Vendas. As áreas escolhidas tem íntima relação entre si pois
compõem todas as fases de desenvolvimento de produto, partindo da
identificação das necessidades do consumidor até a oferta do produto acabado.
Para que se possa melhor avaliar os resultados, é necessário conhecer melhor o público que foi pesquisado, por meio da análise de suas características demográficas.
Gráfico 1 - Faixa Etária: Histograma |
O primeiro fator
analisado é a idade. A pergunta foi feita de forma aberta e, após a análise das
medidas de posição e de dispersão, os resultados foram agrupados em quatro
faixas etárias, que se aproximam os quartis obtidos.
O histograma (Gráfico 1) mostra a grande concentração na faixa de 20 a 25 anos. Para efeito de análise, foram utilizados os quartis para o agrupamento em faixas etárias relativamente homogêneas, o que está representado no Gráfico 2.
Este gráfico mostra a distribuição entre as faixas arbitradas. Verifica-se a grande concentração em uma idade específica - 20 anos, o que já foi demonstrado pelo histograma, que aponta esta idade como a moda da amostra. Esse grupo de 20 anos é o que, provavelmente, manteve o ritmo regular de estudos, desde o primeiro até o terceiro grau. São, com certeza, alunos que tiveram em Moda a sua primeira opção de carreira. Já entre os alunos mais velhos, a partir de 23 anos, pode-se encontrar aqueles que já passaram por outras faculdades antes de optarem por Moda.
O Gráfico 3
apresenta a distribuição da amostra por classe social. Foi utilizado o critério
ABIPEME para a classificação sócio-econômica. Como era de se esperar, há grande
concentração nas classes A e B, que, juntas, representam 87,9% da amostra. Esse
dado torna-se mais significativo quando comparado com a população da cidade de
São Paulo, onde apenas 22% pertencem a essas classes (Mídia Dados, 1996).
Ao cruzar-se faixa etária com classe social, observa-se que o grupo mais numeroso é o de alunos de 20 anos pertencentes à classe A - 14 pessoas.
Além da classe
social, também foi perguntado qual a renda familiar. Os resultados podem ser
vistos no Gráfico 4. A maioria (62,1%) tem renda mensal acima de R$ 3000.
Testes não paramétricos efetuados (X2) mostraram que parece haver
forte associação entre essa informação e aquela relativa a classe social.
Apesar da Anhembi Morumbi ser uma escola particular, 40,9% da amostra veio de uma escola de segundo grau da rede pública. Esse dado parece contrastar com aqueles relativos às universidades públicas, onde esse percentual tende a ser menor ainda. Uma análise interessante seria comparar esses resultados com o perfil dos alunos da USP, onde deve haver uma maior representação de alunos de escolas particulares.
Ainda com
relação ao Gráfico 5, existe, à primeira vista, uma incongruência em relação às
informações de classe social, tendo em vista que há muitos estudantes da
classes A e, ao mesmo tempo, que estudaram em escola pública. Ao se analisar os
dados mais detidamente, porém, observa-se que a maioria dos alunos advindos de
escolas públicas pertencem à classe B.
O levantamento das informações relativas a trabalho foi realizado por meio de três perguntas que foram, ao final, sintetizadas no Gráfico 6 a fim de se facilitar a leitura e análise.
A primeira
pergunta identifica aqueles que não trabalham. A segunda pergunta separa os
alunos que trabalham em Moda daqueles que trabalham em outras áreas. A
terceira apenas confirma a intenção destes últimos em trabalhar, futuramente,
na área de Moda, o que não é necessário que seja considerada no Gráfico 6.
O conjunto de
perguntas era amplo e deixava a critério do aluno o julgamento do que é trabalhar
ou não na área de Moda.
Na análise dos resultados, um dado que nos chama a atenção é a grande quantidade de alunos trabalhando na área de Moda - aproximadamente 43% do total da amostra. Deste grupo, que corresponde a 28 alunos (Quadro 2), a faixa etária de 20 anos concentra 11 deles (39%), sendo o maior número em termos absolutos.
|
O Curso Superior
de Moda da Anhembi Morumbi oferece três modalidades de especialização. A
modalidade Estilo trata da criação em Moda; a modalidade Coordenação de Moda
trata do processo de comunicação de Moda entre os vários elos da cadeia têxtil;
a modalidade Gerência de Produto trata da administração de empresas têxteis e
de confecção.
Na amostra
pesquisada predomina a escolha pela modalidade Coordenação de Moda com 42,4 %
de preferência, seguida imediatamente por Gerência de Produto, com 37,9%. A
modalidade Estilismo conta com apenas 19,7% de escolha (Gráfico 7). Nota-se que
80,3% dos alunos pesquisados não optaram pela área ligada à criação em Moda
(modalidade Estilismo).
A modalidade Gerência
de Produto é a favorita da faixa etária de até 20 anos (Quadro 3). Apesar da
proximidade entre essa faixa e a seguinte (21-22 anos), percebe-se que há uma
diferença na preferência por modalidade: esta última escolhe Coordenação de
Moda. Já a modalidade Estilismo apresenta a maioria de seus optantes na faixa
etária mais velha - acima de 25 anos.
Obs.: Freqüência absoluta
O Quadro 4
mostra o cruzamento entre modalidade de especialização e classe social. A análise
deste quadro revela que a modalidade preferida pelos alunos da classe B é
Coordenação de Moda. Já aqueles da classe A, têm uma certa tendência à
modalidade Gerência de Produto. Quando se analisa os optantes por Estilismo,
percebe-se que estão distribuídos relativamente entre as classes sociais.
Obs.: Freqüência absoluta
Feitos a análise
das características demográficas da amostra e o cruzamento entre as variáveis,
observa-se que o perfil levantado é o de um aluno com 20 anos de idade, que
trabalha na área de Moda, pertence à classe A e optou pela especialização de
Gerência de Produto
Foi perguntado,
no questionário, qual tipo de curso os alunos gostariam de fazer depois de
terminada a graduação, com a possibilidade de respostas múltiplas.
Gráfico 8 - Interesse por Cursos Após a Graduação |
Apenas 3%
(Gráfico 8) da amostra não pretende continuar estudando. Dentre os demais,
quarenta entrevistados (62,1%) responderam que pretendem fazer pós-graduação
em Moda, e, desses, somente um não pretende fazer nenhum outro curso. Essa
intenção de fazer vários cursos (na área ou fora dela) mostra que esse grupo
está sintonizado com a tendência de aprendizado contínuo, e representa, ainda,
uma preocupação adicional quando da formatação do curso de pós-graduação em
Moda, pois esse público-alvo tem uma gama de interesses bem ampla quando se
trata de educação.
Quando se analisa o cruzamento entre tipo de curso e a modalidade do estudante (Quadro 5), nota-se que os optantes por Coordenação de Moda e por Gerência de Produto demonstram forte preferência por cursar a pós-graduação em Moda e, ainda, outros cursos. Já os optantes por Estilismo, que são 19,7% do total de respondentes, não mostram forte intenção de cursar a pós, com menos de 50% de respostas. Esse dado pode indicar que o público preferencial para o curso de pós-graduação não seria daqueles ligados às área de criação em Moda, mas, antes, dos que lidam com comunicação e com negócios da Moda.
Obs.: Freqüência absoluta
O Quadro 6
parece reforçar essa idéia. Dentre os que trabalham em Moda, há uma forte preferência
(21 respostas) pelo curso de pós, juntamente com outros cursos. Ao contrário, a
preferência por outros cursos que não a pós-graduação encontra sua maior
freqüência entre os que não trabalham.
Obs.:
Freqüência absoluta
A análise desses
últimos dados mostra que existe interesse por um curso de pós-graduação em
Moda, ao lado de outros tipos de cursos. Esse curso deverá ser voltado para
aqueles ligados às áreas de Coordenação de Moda e Gerência de Produto, e que já
trabalham em Moda. A pós-graduação parece atrair menos aqueles ligados à
criação em Moda, e isso deverá se refletir no conteúdo do curso.
A idéia de
aprendizado contínuo é reforçada na resposta a quando os alunos pretendem
iniciar um novo curso após graduados. O expressivo número de 94% dos
respondentes não pretende esperar muito tempo para voltar a estudar,
pretendendo começar outro curso, no máximo, um ano após formados (Gráfico 9)
Quanto à duração
do curso pretendido, a maioria das respostas (72,7%) indica entre um ano e um
ano e meio (Gráfico 10).
Apenas 24,3% dos
respondentes prefere cursos mais rápidos, de 3 a 6 meses. A questão de tempo
não parece ser, portanto, limitante quanto à formatação do curso de
pós-graduação lato sensu. Pode ser
adotado o modelo tradicional com um ano e meio de duração, carga horária de
360 horas e projeto de conclusão, com pouco risco de diminuição do interesse.
Quando
perguntados sobre o conteúdo que preferem para o curso, os alunos responderam
conforme mostrado no Quadro 7. A área de maior interesse revelou-se ser
Comportamento do Consumidor, com 53 citações, seguida de Planejamento de
Coleção (43), Varejo (38) e de Vendas (29). As demais áreas formam um grupo
secundário, com um número de citações variando de 16 a 8: Tecelagem,
Vitrinismo, Desenho e História da Arte podem ser matérias constantes da grade
curricular, mas não são as que dão a tônica do curso.
Obs.: Freqüência absoluta
Uma vez
identificado o grupo de conteúdos preferidos (mais citados), foi feita a
correlação entre as várias áreas, para se detectar se as quatro mais indicadas
formavam um grupo homogêneo (Quadro 8).
Obs.: Freqüência absoluta
O resultado
mostra que há consistência na preferência por essas 4 áreas, já que de suas
combinações, duas a duas, saem as duplas de conteúdos preferidas.
Para reforçar
essa conclusão, foi feita, ainda, a apuração de quais as trincas mais citadas
(Quadro 9). A análise desse resultado mostra que a trinca preferida é composta
pelas três áreas mais votadas (Comportamento do Consumidor, Planejamento de
Coleção e Varejo). Na segunda trinca preferida, aparece a quarta área mais
votada (Vendas), reforçando a idéia de que o curso deve contemplar,
prioritariamente, essas quatro áreas de estudo.
Áreas de
Interesse |
Citações |
|||||
|
Comportamento
do Consumidor |
Planejamento
de Coleção |
Varejo |
19 |
|
|
|
Comportamento
do Consumidor |
Varejo |
Vendas |
15 |
|
|
|
Comportamento
do Consumidor |
Planejamento
de Coleção |
Vendas |
13 |
|
|
|
Planejamento
de Coleção |
Varejo |
Vendas |
10 |
|
|
Obs.: Freqüência absoluta
Quando se coteja
o perfil da amostra pesquisada (estudantes de Moda), sua situação e pretensões
profissionais com suas preferências pelo conteúdo do curso, verifica-se uma
forte tendência para o que pode ser chamado de Negócios da Moda, em oposição a
Criação em Moda. As quatro áreas mais votadas formam um ciclo completo de
negócio: o conhecimento das características de Comportamento do Consumidor, a
transformação dessas informações, aliadas àquelas de tendência de Moda em um
projeto de produto, por meio do planejamento de coleções, a distribuição e
venda desse produto às lojas e sua exposição e comercialização ao consumidor
final através dos estabelecimentos varejistas. Esse enfoque - Negócios da Moda
- deve, então, ser o principal do curso.
Quanto ao seu
formato, não há porquê se optar por um curso de curta duração, já que esse não
é o modelo preferido pelos candidatos em potencial.
A pesquisa
mostrou que 62,1% da amostra tem interesse em fazer um curso de pós-graduação
em Moda caso ele seja ofertado. Esse curso deve ser dado no período noturno com
duração variando entre 1 ano e 1,5 ano. O formato escolhido mostra que não há
resistência a um curso no modelo tradicional de pós-graduação, com 360 horas e
um projeto de conclusão.
Os alunos têm
interesse em continuar estudando, seguindo a tendência de aprendizado contínuo.
A maioria deles pretende dar continuidade ao estudo após o término da graduação
ou um ano depois.
Nas
características de conteúdo, as áreas mais escolhidas são intimamente
relacionadas, compondo o segmento dos negócios em Moda. A estrutura curricular
de um futuro curso de pós em Moda deve contemplar esse resultado, privilegiando
as áreas de Comportamento do Consumidor, Planejamento de Coleção, Varejo e
Vendas.
A pesquisa
aponta em quais direções deve-se seguir para a confecção de um curso de
pós-graduação lato sensu em Moda e
mostra que entre os alunos de graduação da Anhembi Morumbi há grande interesse
na sua criação. Mesmo assim, ela não é condição suficiente para se decidir se
esse curso será bem aceito ou não pelo mercado. O grande mérito do trabalho foi
delimitar o conteúdo e formato do curso, porém ele tem a limitação de não
captar a opinião de todos os potenciais alunos de um curso desse tipo.
Desse modo, a
recomendação que deve ser feita segue no sentido de levar ao profissional
graduado e inserido no mercado um modelo de semelhante de pesquisa, procurando
captar suas necessidades e sua predisposição em fazer o curso. Essa segunda
etapa, que na verdade é uma segunda pesquisa, será de grande utilidade para as
universidades na sua tomada de decisão, minimizando os riscos de oferecer um
curso sem demanda no mercado.
FONSECA,
J. S.& MARTINS, G. A. Curso de
Estatística. Ed. Atlas. 6a edição. São Paulo, 1996, 320
p.
MATTAR,
F. N. Pesquisa de Marketing. Ed.
Atlas. Volumes I e II, 3a edição. São Paulo, 1996, 336 p.
MÌDIA
DADOS 1996 - Grupo de Mídia. São Paulo, 1997
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