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    Comércio do interior vende mais
    Denise Neumann e Evandro Fadel

16/5/99

Lojas de cidades que têm a economia baseada na agricultura e nas exportações têm melhor desempenho
 

O comércio do interior está com resultados melhores que o das capitais. No mês de abril, as vendas a prazo caíram 13,4% na cidade de São Paulo em relação a abril do ano passado; em Ribeirão Preto, região de economia agrícola e de exportação, o varejo comemorou um aumento de 5,35% na mesma modalidade de vendas. Em maio, a recuperação está mais firme no interior: até o dia 13, as vendas subiram 8,5% em Ribeirão e apenas 1,7% na capital. 

No Paraná, o varejo da capital, Curitiba, encerrou abril com queda de 5,45% em relação a março, considerando vendas a prazo. Em Londrina, também uma região de economia rural, o resultado foi bem diferente: alta de 12,2%.

“Não há mais só notícia ruim na boca do povo”, diz Eldo Moreno, diretor-comerical do Magazine Luiza, rede com 90 lojas localizadas no interior de São Paulo e sul de Minas Gerais. “Há um processo de capitalização da agricultura e, a julgar pelos nossos números iniciais das vendas em maio, vamos fechar o mês com um resultado melhor do que o do ano passado”, diz Moreno. Em abril, a rede fechou com um crescimento de 14% em relação a março. “Nosso resultado foi melhor do que a média das lojas do nosso segmento”, informa o diretor, creditando a diferença aos bons resultados da agricultura.

A rede Lojas Cem, que possui 84 lojas também espalhadas entre São Paulo e Minas Gerais, espera que a renda da safra vire reais no seu caixa no fim de maio e início de junho. Valdemir Colleone, supervisor-geral da rede, explica que os grandes centros urbanos vêm perdendo espaço para o interior há um ano. Segundo ele, as lojas de cidades como São Bernardo do Campo e São Caetano do Sul e do bairro de Santo Amaro, na capital, já possuem um movimento inferior ao de lojas pequenas de cidades movidas pela agricultura há mais tempo. Atualmente, 70% das lojas estão no interior e 30% em grandes centros urbanos.

No interior, aparentemente a demanda por crédito para bens de menor valor é menos intensa. Com recursos da venda da safra na mão, agricultores acabam preferindo comprar à vista. Em Londrina, Norte do Paraná, as vendas a prazo caíram 19% em abril em relação ao mesmo período do ano passado. Já as vendas à vista cresceram 12,19%. O que se observa é a procura por compras com cheque; poucos fazem negócios a longo prazo, informa José Roberto Guilherme, vice-presidente da Associação Comercial de Cascavel, interior do Paraná.

“Na capital, onde a base da renda é salário, a recuperação das vendas está acontecendo pelo crediário porque não há aumento de renda”, observa o economista Emílio Alfieri, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP).

Copyright © 1999 Jornal da Tarde

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