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Denise Neumann e Evandro Fadel |
16/5/99 |
Lojas
de cidades que têm a economia baseada na agricultura e nas exportações
têm melhor desempenho
No Paraná, o varejo da capital,
Curitiba, encerrou abril com queda de 5,45% em relação a
março, considerando vendas a prazo. Em Londrina, também uma
região de economia rural, o resultado foi bem diferente: alta de
12,2%.
“Não há mais só
notícia ruim na boca do povo”, diz Eldo Moreno, diretor-comerical
do Magazine Luiza, rede com 90 lojas localizadas no interior de São
Paulo e sul de Minas Gerais. “Há um processo de capitalização
da agricultura e, a julgar pelos nossos números iniciais das vendas
em maio, vamos fechar o mês com um resultado melhor do que o do ano
passado”, diz Moreno. Em abril, a rede fechou com um crescimento de 14%
em relação a março. “Nosso resultado foi melhor do
que a média das lojas do nosso segmento”, informa o diretor, creditando
a diferença aos bons resultados da agricultura.
A rede Lojas Cem, que possui 84 lojas
também espalhadas entre São Paulo e Minas Gerais, espera
que a renda da safra vire reais no seu caixa no fim de maio e início
de junho. Valdemir Colleone, supervisor-geral da rede, explica que os grandes
centros urbanos vêm perdendo espaço para o interior há
um ano. Segundo ele, as lojas de cidades como São Bernardo do Campo
e São Caetano do Sul e do bairro de Santo Amaro, na capital, já
possuem um movimento inferior ao de lojas pequenas de cidades movidas pela
agricultura há mais tempo. Atualmente, 70% das lojas estão
no interior e 30% em grandes centros urbanos.
No interior, aparentemente a demanda
por crédito para bens de menor valor é menos intensa. Com
recursos da venda da safra na mão, agricultores acabam preferindo
comprar à vista. Em Londrina, Norte do Paraná, as vendas
a prazo caíram 19% em abril em relação ao mesmo período
do ano passado. Já as vendas à vista cresceram 12,19%. O
que se observa é a procura por compras com cheque; poucos fazem
negócios a longo prazo, informa José Roberto Guilherme, vice-presidente
da Associação Comercial de Cascavel, interior do Paraná.
“Na capital, onde a base da renda
é salário, a recuperação das vendas está
acontecendo pelo crediário porque não há aumento de
renda”, observa o economista Emílio Alfieri, da Associação
Comercial de São Paulo (ACSP).
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Prof. Sergio Garrido Moraes Desde 27/07/98 |
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