History of Marketing Thought: an Update

J. N. Sheth e D. M. Gardner

Salvador Dali
 

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    Os autores buscam atualizar os conceitos e visões de marketing, a partir do trabalho publicado em 1962 por Robert Bartel (The Development of Marketing Thought).
    Bartel divide a evolução do marketing em 6 fases:
     

    • · descoberta 1900-1910
    • · conceituação 1910-1920
    • · integração 1920-1930
    • · desenvolvimento 1930-1940
    • · reavaliação 1940-1950
    • · reconceituação 1950-1960


    Segundo os autores, dois axiomas pautam a história do marketing, e as novas correntes surgidas após a publicação do trabalho de Bartel vêm questioná-los ou ampliá-los. O primeiro refere-se ao marketing como uma atividade essencialmente econômica, e os agentes mercadológicos pautariam seu comportamento de acordo com as leis da Economia; o segundo entende que as atividades de marketing têm como ponto de partida o vendedor, e não o comprador, e o estudo de seu comportamento mediante pesquisa de mercado seria apenas um input para o desenho de programas de ação.
     

    Os novos trabalhos publicados, desde a segunda metade da década de 50 até 1982, ano de publicação deste artigo, mostram uma mudança de visão: do marketing como troca econômica para o marketing como troca de valor; e o equilíbrio de poder entre comprador e vendedor como iniciadores das transações de marketing. O resumo desse novo cenário encontra-se no quadro 1.


 
     
Quadro 1 - Mudanças no Pensamento de Marketing


Autores
Axioma anterior
Axioma atual
Escolas
Drucker 1974
Kotler e Levy 1969
Kotler 1972Levy e Zaltman 1975
Bagozzi 1975
Carman 1980
Marketing é uma atividade econômica, subdivisão da Economia. Ampliação do conceito de marketing. Macromarketing: perspectiva de marketing do ponto de vista da sociedade como um todo, não apenas do ponto de vista da firma.
  Troca de utilidades. Troca de valores  Consumerismo: proteção dos direitos do consumidor
. Não apropriado para bens não tangíveis. O conceito de marketing se presta a bens não tangíveis, idéias, política, serviços públicos, etc. Enfoque sistêmico: integração da demanda e oferta de um ponto de vista holístico




Katz e Kahn 1955
Howard 1963
Cybert e March 1963
Katona 1960 
Rogers 1965
Iniciador das atividades e programas de marketing é o vendedor, não o comprador. Equilíbrio de poder entre vendedores e compradores no mercado. Comportamento do consumidor: tenta produzir uma teoria comportamental sobre o ato de compra
Simon 1957
McKitterick 1957
Mayer 1958
Starch 1958
Dichter 1964
O vendedor pode influenciar, manipular e controlar o comportamento do mercado com eficácia Influência pessoal tem mais peso sobre decisões de compra. Comportamento das organizações: foco em aspectos comportamentais como poder, conflito e interdependência entre organizações, principalmente entre canais de distribuição
. devido às suas habilidades de organização e gerenciamento Abordagem comportamental é mais eficaz do que a perspectiva econômica Planejamento estratégico: equilíbrio entre fatores ambientais externos e recursos internos.
 
     
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A maior contribuição da escola do Macromarketing foi redefinir os objetivos de marketing, da simples maximização dos lucros para uma visão mais ampla e inserida no contexto social. Isso, no entanto, leva a uma indefinição de fronteiras de atuação do marketing, confundindo-se com política e negócios.
 

A escola do Consumerismo traz mais contribuições à prática do marketing do que à sua teoria. Seu aspecto mais importante foi ter introduzido a satisfação do mercado como medida de sucesso das ações de marketing, ao invés, apenas, da lucratividade e participação de mercado. Sua orientação em defesa do consumidor, no entanto, privilegia casos específicos e, às vezes, isolados, o que não contribui para o desenvolvimento de princípios gerais para o marketing.
 

A contribuição da escola do Enfoque Sistêmico é basicamente metodológica, levando os estudiosos a se preocuparem com aspectos quantitativos do processo de marketing, tentando dar um caráter mais científico às análises. Contudo, nem sempre a quantificação é rigorosa e traz conclusões generalizáveis.
 

A escola de Comportamento do Consumidor trouxe uma divisão ao pensamento de marketing. Com associações e veículos de divulgação científica separados, tem sido percebida como mais científica e rigorosa do que a teoria de marketing. Essa dissociação entre as duas disciplinas tem levado à pouca utilização das descobertas dessa escola na prática de marketing.
 

A escola de Comportamento Organizacional ainda não atingiu seu potencial de contribuição. Tem gerado uma grande quantidade de pesquisas descritivas sobre a interdependência entre organizações, mas falha ao não demonstrar como tudo isso pode ser usado na prática de marketing.
 

A contribuição da escola de Planejamento Estratégico é bem visível: redirecionou a atenção do marketing do plano tático para o estratégico; gerou uma postura mais flexível dos programas de marketing; enfatizou o conceito de relatividade da força dos recursos mercadológicos; e integrou a pesquisa de mercado às práticas de marketing.

 
     
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